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22 de maio de 2012

Governo brasileiro tenta desviar foco ambiental na Rio+20


"Não há problema em discutir o conceito, desde que (...) vise às atividades econômicas e à inclusão social em primeiro lugar", disse o ministro do Desenvolvimento Agrário,  Pepe Vargas l Foto: Wilson Dias/ABr

O ministro do Desenvolvimento Agrário, Pepe Vargas, posicionou o governo brasileiro quanto a pauta da Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, a Rio+20.

De acordo com o ministro, o governo brasileiro só irá discutir o conceito de economia verde se a pauta envolver sustentabilidade e desenvolvimento social. O governo teme que o tema seja usado pelos países desenvolvidos para impor medidas protecionistas.

“Não há problema em discutir o conceito, desde que signifique uma economia que vise às atividades econômicas e à inclusão social em primeiro lugar. Atividades econômicas que visem à inclusão social, redução de emissão de carbono, preservação dos recursos naturais estratégicos”, disse em declaração feita no dia 24 do mês passado. “Se for dentro desses termos, não teremos problemas em discutir. Se for para justificar outras coisas, não queremos discutir a economia verde”, completou.

A economia verde, com enfoque especial às questões ambientais, é um dos principais temas a serem discutidos na Rio+20. Entretanto, de acordo com a Agência Brasil, ainda não há consenso sobre o assunto. Segundo negociadores brasileiros, o problema estaria na desconfiança de países em desenvolvimento de que o instrumento crie brechas para, no futuro, justificar medidas protecionistas, como barreiras comerciais, imposição de padrões tecnológicos e pré-condições para receber ajuda externa.

Questões ambientais

Esta medida, porém, pode ser uma estratégia do governo para evitar debates em assuntos polêmicos como a alteração do Código Florestal brasileiro, que foi votado na Câmara dos Deputados, e obras de hidrelétricas em regiões amazônicas, como a de Belo Monte, que vêm sofrendo fortes protestos de movimentos ativistas internacionais.

O documento com a pauta dos temas a serem debatidos na Rio+20 foi bastante criticado pelo embaixador Rubens Ricupero, que foi um dos negociadores da Eco92. Para ele, o foco da reunião deveria ser mais voltado para as questões ambientais.

Segundo ele, os três pilares da sustentabilidade são obtidos somente a partir da preocupação com o meio ambiente. “As pessoas não percebem que o ambiente é a condição de possibilidade dos pilares econômico e social. O foco da conferência Rio+20 deve ser ambiental”, defendeu Ricupero em entrevista à Folha.

Mayra Rosa – Redação CicloVivo

Com informações da Agência Brasil e da Folha.

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